“Um património para um futuro sustentável. Arquitetura de resistência, sabiamente situada entre o anónimoe o poético, funda-se numa posição de relativo distanciamento das correntes mais divulgadas, procurando uma sobreposição entre as invariantes da arquitetura portuguesa, o sentido dos lugares e os valores genuínos da circunstância que envolve a intervenção arquitetónica, conseguindo integrar a herança do passado em projetos claramente ancorados no presente: é essa a medida da integridade e da essência da forma arquitetónica.A produção arquitetónica de Teresa Nunes da Ponte confirma essa procura tranquila, persistente, incessante de uma lógica de rigorosa normalidade, apoiada na consistência de uma verdade construtiva, que, por isso mesmo, se aproxima do poético e atinge uma dimensão atemporal.Deste modo, quando falamos da integração de uma herança patrimonial, essa convocação é realizada não tanto por mimetismo, mas sobretudo como confirmação tranquilizadora de uma competência de edificar, construindo em continuidade um presente contemporâneo. Para continuar o timbre de pragmatismo que caracteriza a melhor arquitetura portuguesa de sempre.”

Ana Tostões